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Técnicos do CREA e da UFAL apontam falhas e paralisam obra da maior estátua de Cristo do mundo no Pilar

Redação com Agencia Estado 17/04/2025
Técnicos do CREA e da UFAL apontam falhas e paralisam obra da maior estátua de Cristo do mundo no Pilar

A ambiciosa construção da maior estátua de Cristo do mundo, em Pilar (AL), está paralisada desde dezembro de 2022 após recomendações técnicas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (CREA/AL). A entidade, junto com engenheiros da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), identificou falhas estruturais e exigiu novos estudos sobre a fundação e a segurança da escultura, que teria 70 metros de altura — quase o dobro do Cristo Redentor do Rio de Janeiro.

Com apenas 20% da obra executada, o projeto foi interrompido para reavaliação técnica. A construtora responsável, Plataforma Engenharia, contratou novos especialistas, incluindo profissionais que atuam na manutenção do Cristo Redentor, no Rio, para tentar retomar os trabalhos.

O custo inicial do monumento, erguido com recursos públicos, foi orçado em R$ 12,5 milhões. Contudo, a prefeitura de Pilar ainda não sabe quanto o atraso vai custar aos cofres municipais. Não há data definida para retomada, embora o Executivo local afirme que a expectativa é reiniciar a obra até a metade deste ano.

Enquanto isso, o canteiro está abandonado, cercado por mato, e alvo de críticas da população. Mesmo com a paralisação, a imagem da futura estátua continua sendo utilizada em peças publicitárias e redes sociais da prefeitura.

O Ministério Público de Alagoas informou que não acompanhava o andamento da obra, mas após os questionamentos da imprensa, decidiu notificar a gestão municipal para obter esclarecimentos sobre os atrasos e os novos custos.

A escultura, assinada pelo artista cearense Markus Moura — o mesmo do Cristo Protetor de Encantado (RS) — contará com um mirante de vidro no coração da estátua, acessível por elevador, com vista para as lagoas Mundaú e Manguaba. Mesmo inacabado, o monumento já se transformou em símbolo de polêmica e cobrança por transparência.